HCV-CARGA VIRAL vs MORTE


Continuaremos a privilegiar a informação científica que nos vai chegando, traduzindo textos de news letters que nos enviam sobre resultados de novos estudos referentes ao HIV, HCV e outras co-infecções. Contudo achamos que as traduções de textos de cariz científico, por vezes são de pouco interesse para os nossos leitores que não pretendem aprofundar a matéria, mas que gostam de saber certos resultados.
Assim passaremos a elaborar resumos dos dados científicos obtidos em diversos estudos que publicaremos, não deixando de publicar os trabalhos com pormenor científico para aqueles que gostarem.
O texto que a seguir apresentamos mostra a influência que a carga viral (quantidade de vírus no sangue) tem (independentemente do genotipo do vírus) na progressão da Hepatite C em pessoas co-infectadas com o HIV, demonstrando que a mortalidade é semelhante em ambos os grupos. Mostra também que a mortalidade é menor nos portadores dos genótipos 2 e 3 do vírus.
Um abraço e ficamos gratos pela vossa visita.
Raul

Jürgen Rockstroh, do grupo de estudo EuroSida, apresentou os resultados de um estudo que tentava aclarar um factor, sobre o qual, a investigação ainda não tinha dados satisfatórios: como influencia a carga viral da hepatite C e o genotipo viral, sobre a progressão da infecção por HIV ou VHC. Os autores do estudo, investigaram a progressão por qualquer motivo ou pela doença hepática num grupo de 1.952 pessoas co-infectadas com o HIV e VHC, e compararam ao indivíduos com uma carga viral de hepatite C detectável (que se considerou baixa com um nível inferior de 500.00UI/ml e alta, com > 500.000 UI/ml) com aqueles sem carga viral (<615UI/ml de ARN de VHC) , e também os genotipos virais.

Das 1.952 pessoas co-infectadas, um total de 1.537 (78,7%) tinha uma carga viral detectável de VHC (>615 UI/ml. Destas, 821 (53,1%) apresentavam uma carga viral de VHC alta segundo a definição do estudo. Os resultados do ensaio demonstram que os indivíduos com uma carga viral baixa tiveram uma incidência similar de morte e de morte associada a problemas hepáticos, que aqueles com uma carga viral < a 615 UI/ml. De qualquer forma, os indivíduos com uma carga viral alta de VHC, demonstraram um aumento significativo da taxa de mortalidade associada a problemas hepáticos. Dos 1.537 participantes co-infectados pelo HIV e VHC, 800 tinham um genotipo 1 (52%), 53 genotipo 2 (3,4%), 466 genotipo 3 (30,3%) e 218 (14,2%) genotipo 4. Os resultados demonstraram, que depois de um ajuste em análise, os genotipos 2 e 3 tinham uma incidência mais baixa de mortalidade, que foi estatisticamente significativa no genotipo 3. Uma tendência similar foi observada para os óbitos asociados a problemas hepáticos, ainda que neste caso, a diferença não foi significativa de um ponto de vista estatístico.

Segundo os investigadores, os pacientes co-infectados com uma carga viral alta deste grupo, apresentavam um aumento da taxa de mortalidade associada a problemas hepáticos. De qualquer forma, os genotipos 2 e 3 relacionavam-se com um decréscimo da mortalidade por outras causas e mortalidade associada ao fígado.

Este resultado, difere de outros observados em indivíduos mono-infectadas pelo VHC, nas quais a carga viral deste vírus não é um factor preponderante de mortalidade.
Fonte: Grupo de Tratamentos VIH
Tradução: Pedro Serrano


1 comentário:

alex disse...

Amigo
Sabes que gosto destes textos
porque gosto de conhecer a fundo o inimigo com quem travo uma batalha.
Tenho a certeza que sou uma afortunada.
E seja qual for o genótipo que me calhe na roda da sorte.
Sei que estou bem armada para enfrentá-lo.
E mesmo que perca algumas batalhas, estou certa que ganharei a guerra.
Tenho um bom aliado.
bjs