Àlcool e Retrovirais

O consumo de álcool interfere com a absorção de medicamentos e os retrovirais não são excepção. Sendo um substância tóxica para o organismo este tem de o metabolizar e expulsar. De uma maneira simplista diríamos que enquanto a maquinaria genética humana está ocupada nessa função de eliminação não tem capacidade produtiva ou esta é reduzida para absorver e metabolizar os medicamentos.
Fizeram-se estudos para avaliação dos efeitos do consumo de alcool na eficácia da terapia anti-retroviral de grande actividade normalmente denominada pelas siglas HAART/TARGA e também sobre a toxicidade hepática a doentes que tomavam inibidores de protease (IPs),uma classe de medicamentos para o tratamento do VIH um tanto controversa.
De um modo simplista também e para compreensão dos nossos leitores resumo as conclusões desses estudos, sem referir pormenores sobre os mesmos que só a alguns interessam.
Num universo de 110 pessoas que consumiam vinho e cerveja e 55 que bebiam destilados com alto teor verificou-se que havia uma diminuição no tamanho do Timo, glândula que produz os linfócitos T (CD4) bem como uma diminuição nas contagens de células CD4. As mulheres tiveram decréscimos superiores aos homens.
O consumo de bebidas de grau alcoólico elevado foi associado à diminuição da eficácia das terapias TARGA.
O álcool aumenta a toxicidade hepática dos retrovirais da classe IP (Inibidores de protease).
Em analogia às campanhas de “se conduzir não beba” fica em forma figurada a frase “se tomar retrovirais não beba”.

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