PROFILAXIA PrEP

Desde meios da década de noventa, a terapia anti-retroviral altamente activa (HAART), uma combina­ção de vários medicamentos anti-retrovirais (ARVs) para tratar infecções pelo VIH, começou a resgatar indivíduos infectados pelo vírus que tinham poucas esperanças de tratamento. Mesmo assim, esta é apenas uma parte do papel crucial que os ARVs, quer seja isoladamente ou em combinação com outros tratamentos, têm desempenhado na luta contra o VIH.
A administração de rotina e no momento indicado de terapia com ARVs a mulheres grá­vidas infectadas pelo VIH e a seus bebés é alta­mente eficaz para evitar que os bebés contraiam o VIH. Existe também a possibilidade de que os ARVs bloqueiem a infecção em adultos quando tomados logo após uma exposição ao VIH, um conceito conhecido como profilaxia pós-exposição (PEP).
Considerando estes exemplos, não é de sur­preender que os pesquisadores estejam investi­gando se a administração de ARVs antes da exposição ao VIH, um conceito conhecido como profilaxia pré-exposição (PrEP), também pode vir a ser uma ferramenta de prevenção eficaz. Um volume cada vez maior de dados pré-clínicos revela que a administração de certos ARVs con­segue bloquear com eficácia a infecção em mode­los animais. Estes dados causaram bastante empolgação quanto ao potencial da PrEP e exis­tem agora vários estudos clínicos de grande porte em andamento ou em planeamento cuja finalidade é testar se esta estratégia também pode funcionar em seres humanos.
Caso estes testes produzam resultados pro­missores, a PrEP poderá ser adicionada ao arsenal de estratégias de prevenção do VIH que, apesar de anos de pesquisa, ainda giram, em grande parte, ao redor do uso de preservativos, abstinência sexual e programas de troca de seringas. A circuncisão masculina, a mais recente intervenção biomédica contra o VIH, revelou reduzir o índice de infecção pelo HIV em até 65% em homens heterossexuais, mas devido a factores logísticos, culturais e religiosos, apenas um punhado de países, até agora, adoptou políticas que recomendam este procedimento cirúrgico para a prevenção do VIH.
Para assegurar que a PrEP, se determinada eficaz, não tenha um destino semelhante, activistas em prevenção do HIV estão começando a considerar os desafios significativos, tanto médi­cos como logísticos, que precisarão ser supera­dos para implementar com êxito a PrEP. Os governos e os órgãos de saúde pública, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), que geralmente fazem recomendações adoptadas por muitos países em desenvolvimento, precisarão tratar de um grande número de questões, incluindo a identificação das populações priori­tárias para receber PrEP e dos melhores sistemas para distribuir ARVs a indivíduos saudáveis com práticas de alto risco. Também será necessário estabelecer sistemas para testar continuamente os usuários de PrEP quanto à infecção pelo HIV e monitorá-los quanto a qualquer efeito colateral de longo prazo causado pelas drogas. Campa­nhas amplas de consciencialização pública também serão necessárias para explicar a PrEP e comba­ter qualquer mudança de comportamento que possa ocorrer como consequência de seu uso. Tudo isso pode aumentar consideravelmente os custos já altos das actividades de prevenção, tra­tamento e cuidado contra o VIH/SIDA.
Mesmo assim, caso funcione, a PrEP tam­bém trará oportunidades sem precedentes. Apesar das conquistas no tratamento do VIH/SIDA, só no ano passado, foram registadas 2,7 milhões de novas infecções pelo VIH.
Fonte: VAX - Regina McEnery (Pesquisa de Vacinas contra a SIDA)

3 comentários:

Alexa disse...

raul
2.7 milhões de novos casos é como tu lhe chmas uma pandemia é completamente assustador.Penso que as campanhas publicitárias cá em Portugal não chegam própriamente aos adolescentes,o uso do prservativo abstinência sexual.Para um adolescente é complicado.
Já na troca de seringas as coisas também não resultam também como parece.
É crucial que os cientistas apostem numa nova estratégia de métodos. Que sejam mais
seguros
bjx

Fatyly disse...

Gostei de ler este artigo e a ciência continua na busca de...paralelamente com as mais diversas campanhas de PREVENÇÃO que pelo aumento do nº. de infectados têm falhado redondamente, o que lamento! Incluo o nosso país, um pouco mais evoluído mas tão "burro" naquilo de não quer ver!

Obrigado pela partilha e uma beijoca sincera

AFRICA EM POESIA disse...

Silêncio dos culpados


minha amiga gosto de passar por aqui.
gostei de a ver no meu cantinho deu para relembrar Africa.
um beijoooooooooooo