A INTOLERÂNCIA AO EXERCÍCIO FISÍCO PODE DEVER-SE AO EFEITO DE UM TRATAMENTO ANTIRRETROVIRAL SOBRE AS FUNÇÕES CARDÍACAS
Uma quebra na rotina do exercício físico observada nas pessoas que tomam antirretrovirais, pode constituir uma manifestação prematura de uma disfunção cardíaca oculta, segundo um artigo/carta publicada na edição de Novembro da revista AIDS.
Os autores desta informação recomendam um exame cardíaco regular nos pacientes em terapia para detectar possíveis anomalias subclínicas e ajudar os médicos nas decisões clínicas, mantendo as pessoas com uma boa saúde cardíaca.
Os especialistas apontaram diversos motivos para a não adesão a exercícios aeróbicos em indivíduos infectados pelo HIV que fazem uma terapia antirretroviral (TARV), entre eles, o tabagismo, a anemia e a falta de uma boa forma física por viverem com uma doença crónica. Alguns fàrmacos anti-HIV, principalmente os inibidores da transcriptase reversa análogos de nucleósido (ITRN), também estão implicados devido à acção oxidativa nos tecidos do organismo, incluíndo os músculos.
No princípio de 2008, uma equipa de investigadores franceses lançou uma outra hipótese e possível explicação para este fenómeno, quando registou uma menor tolerância ao exercício físico com ciclos de disfunção no ventrículo esquerdo num grupo de indivíduos com HIV. Neste estudo, os autores demonstraram ainda a conexão entre ambos os fenómenos. O estudo envolveu 16 homens com HIV (de étnia branca, com um índice de massa corporal [IMC] de menos de 30kg/m2 e com uma idade entre os 30 e os 50 anos) que tinham recebido terapia antirretroviral durante pelo menos 2 anos e que tinham controlado bem a doença (através da contagem de CD4 de 503 células/mm3 e uma carga viral indetectável em 2/3 dos participantes. Os autores deste estudo fizeram uma comparação com um grupo de 21 homens não infectados, agrupados por idade, tamanho, hábitos tabagísticos e nível de actividade.
A equipe realizou um electrocardiograma (ECG) em repouso aos participantes no estudo. Os pacientes com HIV revelaram sinais de disfunção cardíaca com maior frequência, especialmente problemas no ventrículo esquerdo durante a diástole (quando o ventrículo se enche depois de uma contracção). Foram observadas anomalias no refluxo sanguíneo em 56% das pessoas infectadas pelo HIV, contra 14% no grupo de control (p menos que 0,01).
Quando os participantes realizaram uma prova de esforço, nenhum indivíduo do sexo masculino (com ou sem HIV) apresentou sinais clínicos de isquémia miocárdia ou falta de fluxo sanguíneo no músculo cardíaco. No entanto, os homens com HIV demonstraram um menor rendimento em diversos indicadores da função cardíaca, mesmo quando ambos os grupos tinham níveis similares de consumo de tabaco e de actividade física, bem como os valores de hemoglobina média eram equivalentes.
O rendimento cardíaco (quantidade de sangue bombeado por minuto) máximo foi de 14% (p igual ou menor a 0,05) no grupo de indivíduos infectados no grupo de control. Assim mesmo, o ritmo cardíaco máximo foi 6% inferior no grupo de pessoas infectadas (p menos de 0,05), mas todos os pacientes apresentaram pelo menos 90% do valor normal para a sua idade. Os autores pensam, que isto vá contra a hipótese de que uma intolerância ao exercício físico se deve a um desvio do sistema nervoso central, encarregado de controlar o ritmo cardíaco.
Pelo contrario, os autores sugerem que a causa mais provável à intolerância ao exercício é a disfunção cardíaca oculta observada durante o ECG em repouso. No grupo de pessoas não infectadas, o volume sistólico (quantidade de sangue bombeado pelo coração num único ciclo de contracção) aumentou até chegar ao exercício de intensidade moderada, alcançando assim, uma meta. Nos homens infectados pelo HIV o volume sistólico aumentou e, posteriormente, diminuíu de forma gradual à medida que os participantes passaram do exercício moderado ao estado limite, o que indica um decréscimo do rendimento. Os especialistas assinalam a importância de este padrão ter sido observado de modo específico em homens que previamente tinham apresentado sinais de disfunção ventrícular esquerda em repouso.
Os autores também indicam que, em comparação com o grupo de control sem HIV, os níveis de oxigenação nos tecidos musculares , foram de uma forma significativa menores só em indivíduos infectados que apresentavam a disfunção cardíaca em repouso. Argumenta-se que esta falta de oxigenação é devida à disfunção cardíaca central e não à alteração do metabolismo do oxigénio no tecido, já que não houve diferenças entre as pessoas com ou sem HIV, em relação ao consumo de oxigénio consumido pelos tecidos durante o exercício. Num estudo anterior, sugeria-se que a intolerância ao exercício em pessoas com terapêutica antirretroviral, se devia a uma disfunção no tecido muscular periférico.
Reconhece-se que é necessário realizar estudos mais aprofundados para uma melhor compreenção das causas da disfunção cardíaca, a equipe de investigadores insiste num acompanhamento mais próximo dos indivíduos com terapêutica antirretroviral. " Deveria ter-se em consideração o risco cardiovascular e o exame cardíaco regular (incluindo ecocardiogramas e provas de esforço) dos pacientes com HIV com terapêutica, para conseguir uma detecção precoce, uma melhor prevenção e acompanhamento".
Uma quebra na rotina do exercício físico observada nas pessoas que tomam antirretrovirais, pode constituir uma manifestação prematura de uma disfunção cardíaca oculta, segundo um artigo/carta publicada na edição de Novembro da revista AIDS.
Os autores desta informação recomendam um exame cardíaco regular nos pacientes em terapia para detectar possíveis anomalias subclínicas e ajudar os médicos nas decisões clínicas, mantendo as pessoas com uma boa saúde cardíaca.
Os especialistas apontaram diversos motivos para a não adesão a exercícios aeróbicos em indivíduos infectados pelo HIV que fazem uma terapia antirretroviral (TARV), entre eles, o tabagismo, a anemia e a falta de uma boa forma física por viverem com uma doença crónica. Alguns fàrmacos anti-HIV, principalmente os inibidores da transcriptase reversa análogos de nucleósido (ITRN), também estão implicados devido à acção oxidativa nos tecidos do organismo, incluíndo os músculos.
No princípio de 2008, uma equipa de investigadores franceses lançou uma outra hipótese e possível explicação para este fenómeno, quando registou uma menor tolerância ao exercício físico com ciclos de disfunção no ventrículo esquerdo num grupo de indivíduos com HIV. Neste estudo, os autores demonstraram ainda a conexão entre ambos os fenómenos. O estudo envolveu 16 homens com HIV (de étnia branca, com um índice de massa corporal [IMC] de menos de 30kg/m2 e com uma idade entre os 30 e os 50 anos) que tinham recebido terapia antirretroviral durante pelo menos 2 anos e que tinham controlado bem a doença (através da contagem de CD4 de 503 células/mm3 e uma carga viral indetectável em 2/3 dos participantes. Os autores deste estudo fizeram uma comparação com um grupo de 21 homens não infectados, agrupados por idade, tamanho, hábitos tabagísticos e nível de actividade.
A equipe realizou um electrocardiograma (ECG) em repouso aos participantes no estudo. Os pacientes com HIV revelaram sinais de disfunção cardíaca com maior frequência, especialmente problemas no ventrículo esquerdo durante a diástole (quando o ventrículo se enche depois de uma contracção). Foram observadas anomalias no refluxo sanguíneo em 56% das pessoas infectadas pelo HIV, contra 14% no grupo de control (p menos que 0,01).
Quando os participantes realizaram uma prova de esforço, nenhum indivíduo do sexo masculino (com ou sem HIV) apresentou sinais clínicos de isquémia miocárdia ou falta de fluxo sanguíneo no músculo cardíaco. No entanto, os homens com HIV demonstraram um menor rendimento em diversos indicadores da função cardíaca, mesmo quando ambos os grupos tinham níveis similares de consumo de tabaco e de actividade física, bem como os valores de hemoglobina média eram equivalentes.
O rendimento cardíaco (quantidade de sangue bombeado por minuto) máximo foi de 14% (p igual ou menor a 0,05) no grupo de indivíduos infectados no grupo de control. Assim mesmo, o ritmo cardíaco máximo foi 6% inferior no grupo de pessoas infectadas (p menos de 0,05), mas todos os pacientes apresentaram pelo menos 90% do valor normal para a sua idade. Os autores pensam, que isto vá contra a hipótese de que uma intolerância ao exercício físico se deve a um desvio do sistema nervoso central, encarregado de controlar o ritmo cardíaco.
Pelo contrario, os autores sugerem que a causa mais provável à intolerância ao exercício é a disfunção cardíaca oculta observada durante o ECG em repouso. No grupo de pessoas não infectadas, o volume sistólico (quantidade de sangue bombeado pelo coração num único ciclo de contracção) aumentou até chegar ao exercício de intensidade moderada, alcançando assim, uma meta. Nos homens infectados pelo HIV o volume sistólico aumentou e, posteriormente, diminuíu de forma gradual à medida que os participantes passaram do exercício moderado ao estado limite, o que indica um decréscimo do rendimento. Os especialistas assinalam a importância de este padrão ter sido observado de modo específico em homens que previamente tinham apresentado sinais de disfunção ventrícular esquerda em repouso.
Os autores também indicam que, em comparação com o grupo de control sem HIV, os níveis de oxigenação nos tecidos musculares , foram de uma forma significativa menores só em indivíduos infectados que apresentavam a disfunção cardíaca em repouso. Argumenta-se que esta falta de oxigenação é devida à disfunção cardíaca central e não à alteração do metabolismo do oxigénio no tecido, já que não houve diferenças entre as pessoas com ou sem HIV, em relação ao consumo de oxigénio consumido pelos tecidos durante o exercício. Num estudo anterior, sugeria-se que a intolerância ao exercício em pessoas com terapêutica antirretroviral, se devia a uma disfunção no tecido muscular periférico.
Reconhece-se que é necessário realizar estudos mais aprofundados para uma melhor compreenção das causas da disfunção cardíaca, a equipe de investigadores insiste num acompanhamento mais próximo dos indivíduos com terapêutica antirretroviral. " Deveria ter-se em consideração o risco cardiovascular e o exame cardíaco regular (incluindo ecocardiogramas e provas de esforço) dos pacientes com HIV com terapêutica, para conseguir uma detecção precoce, uma melhor prevenção e acompanhamento".
Tradução e composição: P.Serrano
3 comentários:
Bastante complexo...mas interessante!
Obrigado pela partilha!
Beijocas
Amigo raul
Sempre a favor da prevenção e acompanhamento prévio,quando mais depressa for detectado o
problema mais fácilmente se resolve.
Agora quando o problema já está instalado,vamos tentar resolvê-lo na mesma certo?
Não se pode correr, caminha-se, deixa-se o carro a descansar e vai-se a pé ,até o ambiente agradece quanto mais o coração,uma alimentação saúdavel, apostando nos legumes e frutas.Tabaco!!!
Não por favor, se sei como é díficil mas não há impossiveís.
Com um bom acompanhamento médico ,com certeza que a qualidade de vida melhorará bastante.Sou uma leiga é só uma opinião e vale como tal.Mas para quem já se submeteu a tantas experiências a tantos sacrificios.Estes seriam só mais alguns.
beijo
O mundo adormece na cama do céu
Enquanto permaneço acordado no teu roseiral…
Vigilante no teu galante corpo, rosa sem véu
Batem janelas inquietas, pétalas em temporal
Neste momento,
Desejo
Um bom fim-de-semana
Materializado em harmonia
Com muita alegria…
Um excelente CARNAVAL
Com muito divertimento
Desmascarando amor
Com paz,
Cheio de muita folia…
O eterno abraço…
-MANZAS-
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