O portador do VIH, mantém durante toda a vida uma rotina clínica, onde periodicamente efectua análises sanguíneas que são seguidas de uma consulta de Infecciologia ou de Medicina Interna, visando avaliar o estado em que se encontra a sua infecção.
As análises ao sangue são abrangentes, incluíndo as análises comuns denominadas por hematologia e as análises específicas, que quantificam o número absoluto das células de defesa (CD4), assim como a sua percentagem, e quantificam também a carga viral, isto é, a quantidade de VIH existente por mililitro de sangue. É ainda analisada a química clínica, a imunologia, a imunoserologia, sendo por último obtidas as unidades existentes de marcadores tumorais.
O objectivo é detectar precocemente qualquer alteração que sugira ao médico assistente a imediata intervenção. Muitas pessoas, não infectadas, passam anos a fio, sem efectuarem quaisquer análises o que pode ser prejudicial à detecção de qualquer patologia que se encontre em evolução, silenciosamente. O portador do VIH é seguido de perto, de três em três meses, ou caso a sua situação clínica se mantenha estável, poderá ser seguido com intervalos maiores, de seis em seis meses.
Na infecção pelo VIH, há que determinar periodicamente o controlo do vírus no organismo, a recuperação e manutenção do sistema imunitário e a acção dos efeitos secundários dos antiretrovirais, cuja química clínica é indicador preciso da sua interferência negativa.
No tempo decorrente entre análises e consulta periódicas, o seropositivo poderá apresentar sintomas relacionados com os efeitos secundários da medicação a que está sujeito, devendo informar o seu médico assistente em caso de persistência.
Por outro lado, no tempo decorrente entre análises, o portador do VIH, poderá não apresentar quaisquer sintomas que interfiram com o seu bem estar, enquanto ocorre silenciosamente uma subida da sua carga viral, isto é, da quantidade do vírus da SIDA, existente no seu organismo, que se pretende sempre indetectável, ou seja, inferior a 50 cópias por mililitro de sangue, viabilizando assim a manutenção do sistema imunitário, sem que este seja destruído pelo VIH, evitando o avanço para o estádio de SIDA e protegendo o organismo de infecções oportunistas, que poderão ser irreversíveis.
A esta subida e permanência de carga viral, chama-se resistência, que traduz inequívocamente que o VIH criou resistências aos antiretrovirais em utilização pelo portador, por ser capaz de sofrer mutações e apresentar-se como um novo vírus, que os medicamentos não reconhecem. Consequente, novas opções terapêuticas terão de ser iniciadas, novos efeitos secundários serão uma realidade e as opções clínicas futuras serão reduzidas.
Actualmente existem medicamentos para tratar o VIH em número razoável, distribuidos por várias classes que se associam entre si. No entanto, não existem opções terapêuticas para toda a vida e a sua falência definitiva é ainda uma inevitabilidade, mesmo que a longo prazo.
Como portador do VIH, sempre que se aproximam as próximas análises e a próxima consulta, o meu desejo maior, passa sempre e em primeiro lugar por me manter indetectável quanto à presença do vírus e que seja possível continuar a suportar os efeitos secundários dos antiretrovirais a que estou submetido, evitando a sua substituição por outros mais potentes e consequentemente mais tóxicos.
As análises ao sangue são abrangentes, incluíndo as análises comuns denominadas por hematologia e as análises específicas, que quantificam o número absoluto das células de defesa (CD4), assim como a sua percentagem, e quantificam também a carga viral, isto é, a quantidade de VIH existente por mililitro de sangue. É ainda analisada a química clínica, a imunologia, a imunoserologia, sendo por último obtidas as unidades existentes de marcadores tumorais.
O objectivo é detectar precocemente qualquer alteração que sugira ao médico assistente a imediata intervenção. Muitas pessoas, não infectadas, passam anos a fio, sem efectuarem quaisquer análises o que pode ser prejudicial à detecção de qualquer patologia que se encontre em evolução, silenciosamente. O portador do VIH é seguido de perto, de três em três meses, ou caso a sua situação clínica se mantenha estável, poderá ser seguido com intervalos maiores, de seis em seis meses.
Na infecção pelo VIH, há que determinar periodicamente o controlo do vírus no organismo, a recuperação e manutenção do sistema imunitário e a acção dos efeitos secundários dos antiretrovirais, cuja química clínica é indicador preciso da sua interferência negativa.
No tempo decorrente entre análises e consulta periódicas, o seropositivo poderá apresentar sintomas relacionados com os efeitos secundários da medicação a que está sujeito, devendo informar o seu médico assistente em caso de persistência.
Por outro lado, no tempo decorrente entre análises, o portador do VIH, poderá não apresentar quaisquer sintomas que interfiram com o seu bem estar, enquanto ocorre silenciosamente uma subida da sua carga viral, isto é, da quantidade do vírus da SIDA, existente no seu organismo, que se pretende sempre indetectável, ou seja, inferior a 50 cópias por mililitro de sangue, viabilizando assim a manutenção do sistema imunitário, sem que este seja destruído pelo VIH, evitando o avanço para o estádio de SIDA e protegendo o organismo de infecções oportunistas, que poderão ser irreversíveis.
A esta subida e permanência de carga viral, chama-se resistência, que traduz inequívocamente que o VIH criou resistências aos antiretrovirais em utilização pelo portador, por ser capaz de sofrer mutações e apresentar-se como um novo vírus, que os medicamentos não reconhecem. Consequente, novas opções terapêuticas terão de ser iniciadas, novos efeitos secundários serão uma realidade e as opções clínicas futuras serão reduzidas.
Actualmente existem medicamentos para tratar o VIH em número razoável, distribuidos por várias classes que se associam entre si. No entanto, não existem opções terapêuticas para toda a vida e a sua falência definitiva é ainda uma inevitabilidade, mesmo que a longo prazo.
Como portador do VIH, sempre que se aproximam as próximas análises e a próxima consulta, o meu desejo maior, passa sempre e em primeiro lugar por me manter indetectável quanto à presença do vírus e que seja possível continuar a suportar os efeitos secundários dos antiretrovirais a que estou submetido, evitando a sua substituição por outros mais potentes e consequentemente mais tóxicos.
21 comentários:
Querido Paulo,
É uma rotina de vida em que você (e também nosso amigo Raul)tem que estar sempre atento,à medicação, à carga viral...não é?
Ah! Paulo,torço muito, muito mesmo para que a ciência encontre logo um cura pra a Aids. E me confesso inconformada como é que cientistas de inteligências brilhantes não chegaram ainda a uma vacina contra esse virus?!
Um abraço demorado pra você.
Li-te aqui ontem como sabes. As segundas são calvários autênticos no trabalho e os serões de segunda são acompanhados de leituras, um copo de sumo e meditação. E é tão bom. Já te disse que aprendo imenso contigo Paulo? a informação que nos deixas vindo da tua experiência pessoal é mais valiosa do que a que lemos em revistas científicas cujos textos se apoiam em recolhas de informação clínica.claro que é sempre útil. mas a tua vem misturada do teu toque pessoal. traz os teus anseios agarrados, traz os medos e a esperança.
Carga Viral indetectável, carga viral zero, têm para mim um significado diferente do que tinham anteontem quando não passava de informação clínica significante. É por isso que digo oficialmente que contigo estou sempre a aprender. Ai de ti que deixes de me ensinar...
beijo para ti
Odele
Pois esta rotina obriga-nos ao cumprimento rigoroso do protocolo, caso contrário, seremos seriamente prejudicados por isso.
Penso que os cientistas não desistem e lutam imenso na busca incessante do combate à infecção pelo VIH.
O problema é que o "querido" VIH é muito esperto, muito matreiro e por isso, consegue sempre escapar a todos os ataques.
Mas um dia... Um dia vai ver...
Quem ri por último ri sempre melhor e o VIH irá arrepender-se de décadas de gargalhadas estridentes.
Um beijo imenso, ou melhor dois, do tamanho do mundo, para si e para Flávia, nossa companheira para sempre.
m.
Vou revelar-te algo que sinto em relação a ti e que nunca senti em relação a mais ninguém: Sempre que te leio, oiço a tua voz juntos aos meus ouvidos na qual existe um timbre delicado e quase maternal... Bom... mas somos da mesma idade !!!
Não consigo explicar melhor, mas oiço-te mesmo. :)
Não foi fácil entrar na engrenagem das análises, das consultas e da medicação.
No hospital onde sou seguido, é necessário efectuar o levantamento das análises antes de entrarmos para o gabinete médico, afim de sermos avaliados.
Na minha primeira consulta nem me lembrei de tal coisa. Entrei para o gabinete e o médico perguntou:
- Trouxe as análises, Paulo?
Pasmado retorqui:
- Quais análises?
E tinha feito análises duas semanas antes... de repente lembrei-me, corei...
O médico disse:
- Deixe estar, Paulo, eu vou buscá-las...
Levantou-se e foi ele próprio ao gabinete 16 proceder ao seu levantamento...
Pasmei... Mais tarde, vim a descobrir que o meu médico é mesmo assim... Infinitamente humano!
Infelizmente as notícias que trazia não eram as melhores. Confirmava-se a infecção VIH pelo teste Western Blot efectuado e o meu sistema imunitário estava mesmo mal... Tinha apenas 194 células CD4...
Comecei os retrovirais naquela mesma noite...
E hoje estou aqui, já com mais de 300 células CD4...
Retribuo-te o beijo, agradecido.
paulo
Então não sabias que tinhas de ir buscar as analise?
ainda bem que somos nos que as vamos buscar, quando entro no gabinete ja digo ao medico, então ate daqui a 6 ou 3 meses.
antigamente as analises vinham dentro de um envelope, agora vem soltas,a vista de toda a gente.
tal mal eu espero 1 m~es pelas minhas, como e que as tu tens o resultado em 15 dias.
bej
Sideny
Nem imaginas como me sinto dentro do Hospital dos Capuchos. Tudo aquilo me apavora. Não estava acostumado a estas andanças.
Tens razão ao referires que esperas um mês pelas tuas análises. Uma vez, esperei apenas 15 dias e quando fui à consulta a carga viral não estava pronta.
Três semanas a um mês é de facto o tempo ideal...
Seria giro se um dia fossemos às análises juntos para podermos tomar o pequeno almoço logo a seguir lá no hospital ou em outro lugar qualquer.
Não me sentiria tão sózinho e decerto que te faria companhia, pois sou muito bem disposto e toda a gente se ri comigo...
Beijo.
paulo
depressa te acustumas.
customo dizer que vou ver o medico para ver se ele esta doente.
ja la vou a 7 anos .e ja fiquei uma noite, e horrivel mas passou.
quanto ao cafe n�o e preciso ser no hospital ,ate sabia nos sabia mal o cafe. ih.ih.
mas se calhar que seja la.
ha cafe ca fora t�o bons e olha o bolo, so gulosa .
paulo
eu posso comer antes de fazer as analises , mas fazia-te companhia
claro.
sempre fui bem disposta .
e nunca espero dentro daquela sala cheia de gente,olha os microbios das constipaçoes não os quero.
fico ca fora
bej
Sideny
Vamos tomar o café os todos os bolos que tu quiseres, muito antes das próximas análises.
Estou em mudança de casa e a trabalhar muito, deixa entrar de férias e quero passar uma tarde na tua companhia, se não te importares...
Vamos falar muito e construir uma boa amizade, tenho a certeza.
Beijos.
esta combinado.
e claro que mão me importo.
entrtanto vou fazendo praia hoje estava uma delicia.
Paulo parabens pela força e perseverança pra construir tal alicerce em tua vida em meio a tantas analises,exames que tens de fazer e mesmo assim ainda tomar todos os remédios, trabalhar e ser esse ser humano maraviloso ao mesmo tempo
parabens e no que puder estarei de longe na luta contigo e com o Raul
abraço
Fatyly
Ao ler-te sorri, por fora e por dentro. Reitero o meu desejo profundo de que esta fase menos boa seja superada e culminada com uma operação repleta de sucesso às cataratas da tua mãe. Estou confiante que sim.
Agradeço o convite para vires aos Capuchos comigo. O Raúl é assistido noutro hospital há muitos anos e já sabe o caminho de cor... Eu é que preciso de companhia... :)) Estou a brincar...
Um dia vais comigo... Levantas-te cedo? Eu sim, arrastado até lá...
Quanto às pastelarias serão nossas, todas, em conjunto. Nasci e fui criado nos arredores dos Capuchos onde coincidentemente sou assistido, pelo que, conheço por lá uns cantinhos deliciosos para enchermos a barriga.
Beijoka
Arnaldo
Obrigado pelo teu apoio...
De facto tenho muito que fazer na vida, trabalhar, blogar, divertir-me, tomar os medicamentos mas prometo-te uma coisa: Para ti, existirá sempre todo o tempo do MUNDO.
Abraço terno
Paulo,
obriado por mesmo tão distante ser o amigo que és, torço por tí
Abraço do puto aqui pra tí
Oi Paulo...
Passando por aqui, para ler-te e desejar-lhes um fim de semana tranqüilo.Sim,é verdade que pessoas com o "HIV"(aqui no Brasil chamamos assim se não se importa)devem estar a controlar com bastante disciplina seus exames.Aliás, sei que a disciplina no caso do HIV é essencial para se ter sucesso com o tratamento.Disciplina com seus exames e horários dos remédios inclusive.Paulo...Suas matérias são sempre muito boas e explicativas.Parabéns!Um grande abraço!
Beijos em todos!
Sabe de uma coisa Paulo?Queria também me juntar a vocês para um café e um pedaço de bolo numa tarde destas...rs...
Pena que moramos tão longe!Mas quem sabe um dia...
Maria Dias
Em Portugal também usamos o termo HIV, aliás é desta forma que a infecção é mais conhecida. Ou por HIV ou por SIDA, o que são coisas diferentes.
Um portador de HIV não se encontra obrigatoriamente numa situação de SIDA.
A SIDA só surge quando a terapia falha e não existem mais alternativas, onde surgem as infecções oportunistas, devido ao mau estado do sistema imunitário.
Digamos que o estádio de Sida é a fase terminal da doença.
Prefiro usar o termo VIH, pois quer dizer o mesmo que HIV, mas que se encontra traduzido em português: Vírus da Imunodeficiência Humana.
É um facto que só através da disciplina é possível prolongar a vida, por tempo indeterminado. Falhar os medicamentos acabará por significar acabar a vida.
Já estive em diversas partes do mundo e desse lado do Atlântico já estive em Nova York. Quem sabe não visite o Brasil e não possa na sua companhia tomar um café, um pedaço de bolo e acima de tudo, conhecer pessoalmente uma pessoa que só pode ser muito humana e muito amiga.
Beijos
Oi amigo Paulo...
Então, está combinado! O dia em que pisares por aqui, com toda certeza, tomaremos um café e comeremos um pedaço de bolo com toda certeza. Isso se eu não for um dia por aí passear já que tenho parentes em Porto e já estive em Portugal por duas vezes! Sobre o termo HIV ou VIH percebo que o correto é o último mas só continuarei a pronunciar assim(HIV) porque estou já acostumada.
Bom fim de semana para todos vocês!
Beijos!
Oi Paulo e Raul...
Hoje é dia do amigo. Então estou passando por aqui, para lhes dizer que os considero já meus amigos desde os primeiros dias que passei por aqui.Queridos,torço muito por vocês!
Beijo nos seus corações!
Maria Dias
Obrigado pelo privilégio em considerar-nos como amigos. Somos sim e seus também.
Aproveito para lhe sugerir que visite o nosso Sidadania I onde temos um post sobre as pessoas que sao infectadas e que no entanto são inocentes.
Com tempo, passe também no nosso SIDADANIA ARTE e MEMÓRIA.
Um beijo no seu coração, sempre.
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