Estratégia Eficaz na Transmissão do VIH

Investigadores dizem que o tratamento universal de todos os infectados pelo HIV é uma estratégia eficaz na prevenção da transmissão do vírus.
O risco de transmissão do vírus é muito baixo em relações heterossexuais, quando as pessoas são tratadas e têm cargas virais indetectáveis estabilizadas por períodos superiores a seis meses.
Estudos realizados ao longo de vários anos verificaram que a taxa de transmissão é de 0,46 por cento/ano em casais sero-discordantes em que a pessoa infectada tem a carga viral indetectável. Fizeram também estudos com pessoas com cargas virais até 400 cópias por mililitro de sangue e neste caso a percentagem subiu para 1,27 por cento.
Caso curioso e relacionado com notícias recentes, é que em relação à gripe A (suína) onde apareceram em todo o mundo cerca de cem casos as pessoas entraram em pânico e houve uma corrida às máscaras esgotando os stocks das mesmas. Diariamente há 16.000 novas infecções pelo HIV e as pessoas continuam a não usar o preservativo e os meios de comunicação não falam sobre o assunto.
O acesso à terapia anti-retroviral e uma boa adesão por parte das pessoas infectadas, pode vir a ser uma boa estratégia para o controle do vírus e é necessário que esse acesso seja estendido a todos os países do mundo pois a circulação de pessoas é um factor importante para a disseminação do mesmo.
Outro factor importante a referir e uma vez que estes estudos se referem apenas a relações heterossexuais é considerar o tipo de sexo praticado. Sabemos de há muito que o risco é mínimo quando falamos de sexo oral, contudo parece ser tabu falar de sexo anal em relações heterossexuais. Certo é que muitos casais o praticam e temos de falar dele abertamente, pois isso poderá contribuir para se tirarem conclusões, pois poderá acontecer que mesmo na pequena percentagem de transmissão do vírus em pessoas com cargas virais indetectáveis ele seja significativo.
Pequenos passos dados para o conhecimento da transmissão do vírus, poderão ser importantes numa maior liberdade sexual entre casais e fazer a felicidade daqueles que se amam e que por causa de medos que podem ser infundados nunca consolidarem uma união.
A pouco e pouco o HIV deixará de ser um prenuncio de morte e a sociedade começará a deixar de ver as pessoas infectadas como potenciais portadores de uma arma letal a qual por medo ou ignorância leva ao estigma e à exclusão social daqueles cujo único crime foi fazerem o que todos fazem, mas que tiveram o azar de ficar infectados.

1 comentário:

Fatyly disse...

Realmente oh meu tu escreves p'ra caramba e com muita razão e conhecimento de causa.

Quando visionava as imagens da entrega das máscaras nas saídas e entradas dos aeroportos, nas ruas da cidade...pensei logo na grande preocupação da contaminação e porque não a distribuição GRATUITA de preservativos para quem viaja em negócios, trabalho ou simplesmente de férias?
Pois é, bem à moda portuguesinha: mas vamos bem acompanhados (casados), ok...mas quantos comem fora do prato? e fico-me por aqui!

Havia eu de ter acesso a caixas e caixas de preservativos a ver se não ia distribuir.

Continua a ser um estigma pela falta de informação e os milhões que irão ser gastos nas campanhas eleitorais, bem que em vez das caras estafadas no salve-me quem puder, poderiam aproveitar em campanhas e serem aplicados na prevenção e investigação!

Cambada de burros...não és tu meu doce...mas quem nos governa e sobretudo aquele Bento do vai te embora, bem como o resto da sua turma!!!

Beijos